Prefácio
Nos últimos dois anos, o termo "observabilidade" passou dos nichos da comunidade de engenharia de sistemas para o vernáculo da comunidade de engenharia de software. À medida que este termo ganhou proeminência, também sofreu o destino (infelizmente, inevitável) de ser usado de forma intercambiável com outro termo com o qual partilha uma certa adjacência: "monitorização".
O que se seguiu foi tão inevitável quanto infeliz: as ferramentas de monitorização e os fornecedores começaram a cooptar e a usar a mesma linguagem e vocabulário usados por aqueles que tentavam diferenciar os fundamentos filosóficos, técnicos e sociotécnicos da observabilidade dos da monitorização. Esta confusão não foi particularmente útil, para dizer o mínimo. Arriscava confundir "observabilidade" e "monitorização" numa construção homogénea, tornando assim ainda mais difícil ter conversas significativas e matizadas sobre as diferenças.
Tratar a diferença entre monitorização e observabilidade como uma questão puramente semântica é uma loucura. A observabilidade não é um conceito puramente técnico que possa ser alcançado através da compra de uma "ferramenta de observabilidade" (independentemente do que qualquer vendedor possa dizer) ou da adoção da norma aberta do momento. Pelo contrário, a observabilidade é mais um conceito sociotécnico. A implementação bem-sucedida da observabilidade depende tanto, se não mais, de ter a estrutura cultural apropriada para apoiar a forma como o software é desenvolvido, ...